quarta-feira, junho 29, 2011

pequenos grandes nadas tão cheios de tudo!

Os dias correm como os pumas...de forma rápida e indolor, quase como se não tivéssemos os pés na terra.
Flutuo pelo espaço e pelo tempo, em busca do meu espaço e do meu tempo, está tudo meio perdido, mas bem presente...isso eu sei!
Porque o presente é sem dúvida a nossa maior certeza...estamos onde estamos e estamos a viver o que vivemos. O ontem já passou e o amanhã pode nem vir. Mas hoje, estamos aqui e somos assim e sentimos assim. Amanhã logo se vê!
O presente é sempre aquele momento em que nem nos apercebemos do que está a acontecer, aquele momento quase inexistente, em que nem vemos as consequências nem a beleza de algo que provávelmente não repetiremos da mesma maneira, e mesmo assim, temos tendência a ignorar o presente, os acontecimentos mais singelos, os mais subtis, aqueles que nos acontecem neste momento sem nada nem porquê...esses, que sem nos apercebermos nos marcam e tatuam em nós a impressão geral do momento, bom ou mau. Quando olhamos para trás temos sempre uma impressão positiva ou negativa do que estamos a ver. Ás vezes pode ser uma lembrança de algo positivo, um momento, um beijo, umas férias e no entanto está marcada de algo negativo...e pronto...está estragada a lembrança e nem sabemos bem porquê que as coisas boas não se sobrepõem ás más, se a boa foi tão boa e a má tão insignificante e tão pequena...humm...estranho, não?
Somos assim, insensíveis e indigentes. Vagueamos pela vida sem nos darmos conta que é tudo o que temos e é tudo tão bom. O passeio na praia, os caminhos mal encontrados, os mergulhos sem pára-quedas nos infortúnios da nossa existência. Somos feitos de tudo isto e de nada nos apercebemos. Somos singelos, obscuros, masoquistas e profundos apreciadores de nós mesmos enquanto seres errantes e cheios de inteligência e certezas.
São tantas, tantas certezas que no fundo somos apenas um insuflado de dúvidas sem resposta... somos assim, um vazio cheio de tudo, uma certeza carregada de nada, uma vida intensa carregada de pequenas mortes. Somos assim, tanto e tão pouco. Andamos pela vida e vê-la passar e no entanto não paramos de correr para a agarrar...
Somos assim...e afinal o que somos mesmo??

sexta-feira, junho 24, 2011

...

De todas, uma certeza persiste...não é fácil.

Cada vez que vejo uma porta de rede a fechar-se, imagino-me lá dentro.
Consigo sentir o ar que passa por entre a rede e saber que ali é onde me sinto em casa.

Se um dia eu conseguir chegar a ter aquela porta por onde entrará o cheiro de alfazema e das folhas das árvores de fruto será o dia em que poderei dizer que consegui ...humm...ou talvez não, mas pelo menos estarei lá perto....bem pertinho de ter a vida que neste momento desejo, e que sei que será onde terei a paz que procuro...poderão faltar outros complementos à minha felicidade, mas pelo que sei hoje, o caminho está traçado...se não chegar ao fim chego pelo menos ao meio e de lá...bem...um passinho de cada vez...a solidão não me assusta, principalmente se estiver rodeada de aroma a alfazema, árvores de fruto, um bolo a arrefecer na janela e o som dos pássaros que brincam por perto...e claro, a voz dos amigos sempre prontos a aparecer!