quinta-feira, dezembro 30, 2010

Mais um roubo...o último...mas tinha mesmo de ser!!!

Inteligência é o maior afrodisíaco que um homem pode oferecer...

Nem de longe é a beleza de um homem que encanta a mulher. Para a sorte de vocês (ou azar, vai saber...), nosso barato é diferente, e pode ser definido, entre outras coisas, como "virilidade". Essa definição tem muito pouco a ver com coçadas supostamente discretas nos testículos, cuspidelas na sarjeta ou exaltação do sistema nervoso diante de 22 homens suados correndo no gramado, imbuídos do espírito de encaçapar a gorduchinha.

Vai muito além da testosterona exacerbada.

Tem a ver com autoconfiança, sempre. E com perspicácia, qualidade muito rara num homem. Ou você pensou que seria fácil? Não ligamos pra barriga, careca ou pneuzinhos, até porque sabemos muito bem que nada disso atrapalha, tanto quanto o seu oposto pode ser absolutamente desprovido de encantos se não vier acompanhado de um perfil psicológico substancioso. Mas o que afinal de contas isso quer dizer, nunca te explicaram. Então lá vai.

Voltemos à virilidade.

Acho que poucas coisas nesta vida são mais eróticas e provocantes do que a inteligência. E quem a tem também possui senso de humor - porque somente os inteligentes não levam nada muito a sério e sabem se divertir mesmo com as intermináveis chatices cotidianas. Então temos inteligência e senso de humor, que somados à malícia (outro atributo dos neurologicamente privilegiados) arrebatam as mulheres e tornam um homem ainda maior aos nossos olhos. Porque não basta pregar a gente na parede. Isso todo ser munido de um bom falo é capaz. É preciso, para se diferenciar da varonil multidão, despertar nosso impulso primitivo racionalmente ativável.

Eternamente alunas.

Vocês olham uma mulher e pensam: "Meu Deus, que peitos, que nádegas, que cinturinha escultural, que boca mais lasciva...", e já começa o devaneio e o desejo de abater.
Nós, não. É impossível uma mulher (minimamente inteligente, claro) olhar para um homem esteticamente interessante e, sem nenhuma conversa, desejar ser invadida. Não. Eis aqui a diferença: nosso desejo de invasão não prescinde do intelecto (você já deve ter presenciado o olhar admirado e sensual das alunas de um grande professor). É preciso passar primeiro pela porta da razão para chegar à porta da alegria. E quanto melhor for o instrumento pensante do sujeito, maiores as chances de acolhida de um outro também interessante e mais mecânico agente.

Porque mulher gosta mesmo é de ser surpreendida, e isso só acontece quando se depara com alguém mais esperto do que ela. Todos sabem o jogo que estão jogando, esse interminável gato-atrás-do-rato que motiva nossa vidinha. E é preciso reconhecer as suas regras, o que requer maturidade. Homem que baba demais, no chance. Os que bajulam e não convencem, também. Os cafas, cruz-credo! A gente tem olho clínico pra eles e passa longe quando os vê. Os demasiadamente (ou precipitadamente) românticos têm grande chance de morrer na praia, porque acaba o desafio. Os posudos e pretensiosos não duram mais do que uma noite. Restam então os inteligentes.

Estes, sim, sabem do que somos feitas. E sabem que, por trás de toda empáfia, vaidade ou sedução, está um bichinho indefeso em busca de acolhimento, louco por um colo. A virilidade está nisso, na consciência masculina de que não somos assustadoras nem lascivas, mas apenas mulherzinhas assustadas e ávidas por um olhar que nos descubra. E nos devore, de preferência.


(Autoria dada a Kika Salvi)

...mais um furto!

tuas palavras, que eu nem ouço...

Tua atenção, que existe só por necessidade tua de mim, é tão somente suficiente quanto tuas palavras lançadas sem motivo algum apenas para embalar-me em teus braços, quando insistes em me convencer que sou tua, que somos iguais, que o que vivemos é belo.

Michele S.B.

Furto de outro blog...

A provocação é uma prova de intimidade.
A gente agride apenas quem é capaz de nos perdoar.

(Fabrício Carpinejar)

terça-feira, dezembro 28, 2010

Como nos filmes!

Foi só naquele momento que me apercebi da realidade dos factos.

Naquele momento, por uns breves instantes deixei de ouvir os ruidos da rua senti-me dentro de um filme! Vi o mundo de cima, aproximei-me do brasil, de são paulo e afundei em mim mesma, sozinha, no meio de uma rua de um bairro de São Paulo com uma senhora ao lado que desconhecia e que me perguntava, com aquele sentimento de protecção que as mães têm espelhado nos olhos:
- Mas voçê tem família aqui?
- Não...
- ...e amigos?
- ...Não...conheço umas pessoas...
- ...e veio para aqui fazer o quê?
- Vim trabalhar!
- Mas tem trabalho?
- Não...
- ...hum...Eu vou-lhe deixar o meu número de telefone prô caso di voçê precisar, anote ai...

...Ainda não me tinha apercebido do que é estar assim...

Imaginei os emigrantes...que sensação!

...felizmente tudo passa...

...e tudo passou quase no mesmo instante em que começou!! :D

quarta-feira, dezembro 22, 2010

Baila comigo - Shangrilá

Uma letra linda...

Se Deus quiser, um dia eu quero ser índio
Viver pelado, pintado de verde num eterno domingo
Ser um bicho preguiça e espantar turista

E tomar banho de sol, banho de sol, banho de sol, sol

Se Deus quiser um dia acabo voando
Tão banal, assim como um pardal, meio de contrabando
Desviar de estilingue, deixar que me xinguem
E tomar banho de sol, banho de sol, banho de sol, banho de sol

Baila comigo, como se baila na tribo
Baila comigo, lá no meu esconderijo

Se Deus quiser um dia eu viro semente
E quando a chuva molhar o jardim, ah, eu fico contente
E na primavera vou brotar na terra
E tomar banho de sol, banho de sol, banho de sol, sol

Se Deus quiser um dia eu morro bem velha
Na hora "H" quando a bomba estourar quero ver da janela
E entrar no pacote de camarote.

Se me der na telha sou capaz
De enlouquecer
E mandar tudo pr´aquele lugar
E fugir com você pra Shangrilá
E me deixar levar
Por um beijo eterno
Por seu corpo envolvente
Mais quente que o inferno

segunda-feira, dezembro 20, 2010

Chega de Saudade

Já chegou...e eu fiquei.
30 anos passaram, quase 31. As expectativas e as possibilidades continuam cada vez mais altas, e o mundo continua enorme, mas eu, hoje, sinto-me pequenina e presa na liberdade que conquistei.

Continua por lá...e eu por cá andei.
1 ano passou, 12 meses certos desde que o mundo nos reaproximou. Mas o meu mundo continua enorme, e é tão dificil sair do circulo que instintivamente traço vezes sem conta à volta dele.

Ainda aqui estou...e por cá vou ter de permanecer.
10 meses passaram, quase 11. Tudo continua no lugar mas eu já não sei onde isso é, esse meu lugar, o meu lugar...estou sem abrigo, sem poiso, sem rota, sem raizes, sem nada... estou sozinha (e não estou)...mais uma vez...e mais uma vez por escolha minha, por saber tão bem o que quero e por não saber absolutamente nada do que realmente preciso.

Sou um reboliço, um monte de emoções, de conquistas e de perdas, de caminhos e encruzilhadas. Sou tudo e não sou nada. Sei o caminho e nele me perco vezes sem conta só por vontade de mais uma vez ir à procura de sei-lá-o-quê. Estou e não estou, quero e não quero, tenho e não tenho, preciso e não preciso, encontro e desencontro...Será possível existir mesmo alguém que na verdade não existe?

Chegou a hora de me encontrar, de me re-encontrar ou então de me perder de vez, de entrar de uma vez por todas no eixo que me faz rodar ou então de o partir e assumir o desgoverno do que sou.

Nada de penas ou piedades...conquistei a minha vida e nela vou sempre ser tudo o que sou. Tudo e nada.

...e há outros...

...há outros em que as palavras estão tão cheias que incham o meu corpo de pensamentos que de tão altos me sinto surda...

...nestes dias, prefiro apenas aceitar, calar, e esperar que os arrepios que as vibrações das palavras me provocam não me denunciem...

...pelo meio aproveito e vou comer, que com fome não se consegue pensar!

sábado, novembro 27, 2010

SEM PALAVRAS

Há dias em que me sinto assim...

No vazio das palavras que não são pronunciadas

... :(

quinta-feira, novembro 18, 2010

O princípio do fim da Primavera

As andorinhas sempre foram aves que me encantaram...a sua delicadeza e beleza alinhada sempre me fascinou! Não é uma ave igual ás outras, e só o seu desenho no céu basta para as conseguirmos diferenciar das outras avezinhas do quotidiano.

Desde pequenina que elas me rondam...lembro-me de, na minha infância, uma vez um filhote ter caído de um dos ninhos que elas ocupavam todos os anos mesmo por cima da nossa janela do quarto. A presença delas sempre me animou e eu ficava feliz que tivéssem escolhido a minha janela para abrigar o seu lar...ver aquele pequeno ser ainda de olhos fechados perdido e ao mesmo tempo ali tão perto de casa deu-me tanta pena que nunca me esqueci dele.
Tratámos dele como pudémos, mas não resistiu...na verdade, acho que nunca tive muito talento para cuidar de coisas frágeis...desde plantas a animais, tudo me morre nas mãos por muito que me dedique e essa andorinha foi um desses casos.

...Ultimamente tenho vivido muitas coisas que me mostram o quão grandiosa é a vida para nos prendermos a pequenas desilusões...e por isso aqui fica a minha dedicatória ás andorinhas...aves da minha vida, que vão e vêm ao sabor das estações...

sexta-feira, outubro 29, 2010

Até as borboletas säo venenosas...

Descobri isto há dias...existe uma espécie de borboleta que muito suavemente te espeta o seu veneno e lentamente se vai embora deixando a vitima a agoniar de dor...

Poderia fazer muitas analogias com esta historia...mas perdi-me no meio da quantidade de pensamentos que isto me trouxe...ainda me sinto a flutuar entre os espíritos que me acompanharam nesta ultima noite...estou em branco...o veneno está a fazer efeito e tudo se mistura...

quarta-feira, outubro 13, 2010

Passarinho no carrinho!!

Mais uma moedinha, mais uma voltinha...
Criança näo paga mas também näo anda...

Buuuum...mais um choque do carrinho e mais um salto no banquinho!!

Gosto dos carrinhos de choque...estou sempre a pôr mais uma moedinha e a recomeçar... E estranhamente parece-me sempre que já dei voltas suficientes para conhecer o processo e näo me assustar com os embates das viagens...mas sou sempre apanhada de surpresa!!

Quem foi que me pôs no corpo uma alma de condor e um coraçäo de passarinho?

quinta-feira, setembro 30, 2010

Há dias em que o silêncio percorre o meu pensamento de forma pesada.
É nestes dias que se arrastam imagens de variadas coisas, todas elas em silêncio, e com a serenidade de fotos tiradas há anos, que me dá para a saudade.
É nestes dias de silêncio que me sinto triste, vazia e com tanta coisa que ficou por dizer a flutuar por entre as imagens pesadas que passam na minha mente.
É fácil cairmos nas saudades de nós mesmos e das pessoas que nos rodeiam... é fácil dar por mim perdida em mim mesma, nos meus pensamentos, memórias e tudo o mais que fiz e não fiz, que gostava de dizer e não disse, que gostava de dar e não dei... e a parte do dar é sempre a pior...
Saber dar não é fácil, mas saber receber também é uma ciência. Hoje as minhas memórias e o meu silêncio vagueiam por pessoas a quem tive vontade de me dar e a quem no final não fiz, ou a quem fiz e que não souberam tirar o devido proveito da minha tão generosa oferta! Digo generosa porque considero que de tudo o que se pode dar, nós somos o melhor presente...estar disponível e disposta a estar com alguém ou a partilhar da sua vida, das suas dores e alegrias é, quanto a mim a mais generosa oferta que qualquer pessoa pode dar. É a isto que eu chamo amizade, mas também amor. Mas é preciso saber fazê-lo.
Obviamente que tem de existir um equilibrio entre o que um tem para dar e o que o outro quer receber, e se um quer receber pouco porque acha que tb não tem muito para dar não há maneira de o forçar a receber tudo o temos disponível...
Não se pode obrigar alguém a ser nosso amigo só porque nós achamos que podemos ser o seu melhor amigo...tal como não se pode forçar ninguém a receber-nos como nós achamos que deveria ser, ou como nós gostaríamos, e esse é para mim o maior desiquilibrio da natureza!
Temos de procurar e procurar até encontrar as pessoas que estejam dispostas a receber tudo o que temos para elas e mesmo assim isso pode correr mal.
Ás vezes lançamos o que temos de melhor para o ar há espera que alguém agarre, que note, que dê o valor e não nos aceite apenas porque sim...
Hoje as imagens do meu silêncio mostraram-me o que de melhor os outros me deram, e que eu acabei por não poder ou saber retribuir, mas mostraram-me também o que de melhor eu dei, ou quis dar de mim, e que não foi aceite...

sexta-feira, setembro 17, 2010

Bonsai

Ás vezes sinto-me assim, pequenina como uma bonsai.

Os ramos cortados a cada tentativa que faço. Moldados às mãos dos outros que acreditam que a forma que tenho por natureza não é a mais bonita ou a que mais lhes apraz, e assim, a cada tentativa que tenho de mostrar aquilo que realmente quero, gosto, ou me apetece, sinto a tesoura cortar e deixo cair por terras a minha vontade para ceder perante a vontade do outro.

E não é que o faça contra vontade, ou que me sinta presa a essas mãos que me moldam, é mesmo porque sei que se assim não for não estarei de acordo, não me olharão com a mesma ternura, deixarei de caber dentro do espaço exíguo que têm reservado para o meu pequeno vaso…

Às vezes sinto que tenho de me manter assim, pequenina…dentro dos limites previstos para a pequena árvore que é suposto eu ser…não interessa se tenho sangue de frondosa laranjeira ou generoso castanheiro…até poderia querer ser um pinheiro bravo e atirar pinhas por todos os lados…mas não…às vezes há que ser simplesmente a bonsai que os outros talham á sua medida e que se esquece de que o céu deveria ser sempre o seu limite…

quarta-feira, setembro 08, 2010

O enrolar das correntes

Ás vezes os dias correm e as noites voam e nós nem damos por isso...

Até ao dia em que o correr dos dias e o vôo das noites nos deixa com um nó na garganta...

O nó...
Aquele nó que não conseguimos desatar, aquele nó que já sentimos antes e que traz com ele ameaças de chuva, tormenta e tempestade...
Aquele nó que sabemos que traz com ele o peso que até agora não queríamos sentir...

Hoje foi evidente! O nó não escapou sem que o sentisse!
Tudo me fez borbulhar, tudo me fez retornar no tempo, tudo me fez sentir o que não queria sentir, e foi impossível escapar ao rebentar da corrente que já sabia que viria, mas que adiei por saber que mesmo estando à sua espera, preferia atirar-me de cabeça na onda que me puxou e me enrolou.
Queria afundar-me no fundo do mar, queria sentir o fresco das ondas, a vibração das correntes que vêm de outros mundos e que me arrastavam.
Queria sentir o perfume das flores, por muito intoxicantes que fossem.
Queria inundar-me nesse mundo que por uns tempos não tive, apesar de saber que seria uma ilusão e que o que queria ver na verdade não existia. E fui avisada...sim, sei que o fui, sei que tinham razão, sei que preferi tapar os ouvidos e olhar o céu com olhos de quem só vê estrelas cadentes e cheias de desejos.

Sabia...sim é verdade que sabia com a consciência de quem sabe que o ananás vai amargar naquele cantinho escondido da língua que nunca nos lembramos que está lá até ao momento em que o ácido escondido no doce se revela...

E hoje senti...senti finalmente esse arrepio e mais uma vez socumbi à consciência de quem é obrigado a ver a realidade do que escolheu por deliberada vontade...enrolada nas ondas do destino e das vontades deixei-me levar de olhos fechados, e hoje não pude deixar de os abrir e de admitir que não é suficiente.

Sei que não era o que procurava, mas deixei que a suavidade me acalmásse a pele ardente de vontade e a boca sedenta de saudade...

Deixei, e hoje colho os frutos da minha saudade calada, hoje senti de novo o nó e hoje vou ter de admitir que não é suficiente, nunca o foi, mas sei que o escolhi assim...
Amanhã aqui estarei para sentir a lingua picar de novo...
Amanhã aqui estarei mais uma vez para me enrolar nas ondas e deixar que o corpo aceite a corrente...
Amanhã vou ver se desatei o nó ou se continuo a achar que é insuficiente...

terça-feira, agosto 17, 2010

O saco inchado

Há pessoas que transportam uma carga com elas, como se fôsse um saco que transportam às costas... Na verdade, acho que todos nós o transportamos.

Uns com sacos maiores, outros mais pequenos, mais vazios, mirrados...Mas há aqueles que têm sacos enormes, uns pesados, outros leves mas inchados, e outros, como o da minha amiga, é enorme, de tal maneira que o seu peso se faz sentir nos outros, e todos são afectados por ele...Não é uma carga má, pelo contrário, está cheio de energia positiva, tanta, tanta, que transborda, e de tal maneira que cai no saco dos outros, enchendo-o também um pouco...e isso não deixa de ser lindo...

Eu gosto da carga dela, tráz-me alegria, mas ao mesmo tempo é tanta que me impede de sentir, de ter vontade de transmitir ou até de interagir...fico só a escutar...e é bom escutar, porque é tudo lindo...mas isso faz-me esquecer a beleza que eu também transporto na minha carga, faz-me querer fechar o meu saco para que as histórias dela não se misturem com as minhas, para conservar o que fui recolhendo do mundo...e até já me apercebi que a força de tudo o que ela transporta abafa o som que as minhas palavras possam produzir, torna-as apenas mais umas iguais a tantas outras silenciosas ao seu redor...

...Eu até quero partilhar o que ele trás, quero que o vejam, mas não o consigo fazer se o peso do saco dela fechar a abertura do meu...

quinta-feira, agosto 05, 2010

Jantarada

Quando cheguei já ela ia a meio da garrafa de vinho tinto que tinha comprado no pingo doce...
- Caramba, já vais assim?
- Epá não digas nada...hoje é dia de festa..
- De festa? Então e o que festejamos nós?
- A morte do artista!
- Realmente ai está um bom motivo para festejar... e é só com vinho que se festeja nesta casa?
- Não..ia-te fazer um souflé, mas não tenho farinha...ás vezes o problema de falta de ingredientes pode ser um grande impedimento para uma receita perfeita!
- E porquê que não me pediste?
- Tentei...mas sabes quando ligas e chegas à conclusão, antes mesmo do outro atender, que não vale a pena?
- Sim, já me aconteceu, mas acho que vale sempre a pena tentar, afinal, não sabes se a outra pesso ainda te pode conseguir ajudar...
- É verdade...mas achei que não valia a pena...preferi seguir a festa com o que tinha e tentar fazer disso o nosso petisco!! Não ficará fantástico, na verdade nem te sei dizer se estará bom, pois não experimentei...
- Não te preocupes, como dizem, o que vale é a intenção!!
- Humm...não sei se me convences...isso é tudo muito giro em teoria, mas na verdade as coisas não funcionam assim...
- Epá não digas isso...mesmo que eu achásse que o souflé seria mil vezes melhor do que o que preparaste eu vou sempre ficar contente com o que conseguiste fazer só para me receber aqui!
- Ya, mas sabes quando sabes que podias ter algo melhor, que podias fazer algo melhor e no final apenas tens algo igual ao que te oferecem todas as outras pessoas?
- Sim, é verdade, tudo o que é demais enjoa, mas por outro lado o que é dado de bom grado...bolas, tem muito valor!!...é como quando alguém só diz a verdade...sabes quando ás vezes uma mentira simpática sabe bem ouvir, mas tu na verdade preferias era a verdade apesar de doer?
- Humm...sei onde queres chegar, mas sabes, tenho a sensação de que a verdade faz doer tanto como a descoberta dessa mentira piedosa, mas como é a verdade toda a gente acha que é melhor, mesmo que doa...a minha pergunta é: Será que eu prefiro sentir a dor todas as vezes que oiço a verdade, e que sei que não estou a ser enganada e agradeço por isso e aceito a dor que sinto todas as vezes que oiço a verdade ou preferirei eu ser enganda com mentiras piedosas até ao momento em que de uma vez só sei que tudo era mentira e que a realidade é outra? Não sei se prefiro saber a verdade todos os dias, em todos os momentos, se sabê-la toda de uma vez, no dia em que fizer sentido sabê-la!
- Epá...mas isso vai fazer com que um dia aches que viveste sempre uma ilusão...eu cá prefiro a verdade...custa, mas pelo menos sabes sempre com o que contas, não te iludes, não te magoas...
- Como não te magoas!?!? Magoas-te à mesma, mas aos bocadinhos, até ao dia em que te cansas ou em que aceitas e vives sempre com aquela amargura de que não tiveste nem um momento de ilusão na tua vida, em que não tiveste um dia em que tenhas sentido que tiveste a realidade que querias, mesmo que um dia venhas a saber que não foi verdade...até porque, se pensares bem, as pessoas têm sempre dificuldade em aceitar a realidade...se um dia me dissésses que tudo não tinha passado de uma mentira piedosa eu iria sempre achar que no fundo, no fundo algo de verdade aquela mentira devia ter, nem que fôsse pelo facto de me teres poupado por gostares um bocadinho que fôsse de mim...
- Sim, mas por gostar de ti é que te digo a verdade todo o tempo, mesmo que doa...
- Preferes ver a minhas lágrimas de desgosto dia-a-dia do que apenas uma vez uma tempestade de choro e dor...
-Sim...prefiro, porque as tuas lágrimas um dia irão secar, ou então tu vais perceber o que queres...se é ficar com esta verdade ou ir à tua vida...
- Isso é verdade...na ilusão acharás sempre que estás bem e não tens de mudar...
- Ora pois!!
- Humm...bem, então se calhar o melhor é não te iludir e avisar desde já que o jantar não é nada de especial...
- Na boa...de qualquer maneira acabaria por descobrir...

La estraña pareja

Eran conocidos en las calles del barrio,
conocidos en todos los bares y tabernas.
Él tan serio, tan alto, tan pálido y delgado,
ella morena y frágil, tan graciosa y pequeña.
Él rondaba, más o menos, los cincuenta,
y ella debía tener no más de veinticuatro.
Él daba clases, creo, en alguna academia,
y ella estudiaba, creo, un curso de italiano.
Bebían y se amaban, o eso parecía,
discutían a veces, a veces sonreían,
se besaban y odiaban, pero nadie es perfecto,
el amor es difícil y extraño en estos tiempos.


La noche debilita los corazones,
noches de funeral, de vino y rosas.
Brindemos por el amor y sus fracasos,
quizás podamos escoger nuestra derrota.
El sol limpia las calles, la memoria,
feroces pasiones atenúa.
Invéntate el final de cada historia,
que el amor es eterno mientras dura.


Él entró una noche en el bar de costumbre,
iba vestido todo de riguroso luto,
venía borracho y solo, traía el gesto serio,
y en las manos una corona de difuntos.
Ella le había dejado, nos explicó sereno,
y había decidido considerarla muerta,
y brindar por su olvido y su descanso eterno,
y celebrar su entierro de taberna en taberna.
Así que allá nos fuimos, y para qué contaros:
vasos, vinos y risas, alguna vomitona,
abrazos de amistad, eterna aquella noche.
Requiescat y brindemos por ella y su memoria.

La noche debilita los corazones,
noches de funeral, de vino y rosas.
Brindemos por el amor y sus fracasos,
quizás podamos escoger nuestra derrota.
El sol limpia las calles, la memoria,
feroces pasiones atenúa.
Invéntate el final de cada historia,
que el amor es eterno mientras dura.


Al salir de El Almendro ya iba muy borracho,
se cayó en el asfalto y me incliné a su lado.
Supe que estaba muriéndose de golpe,
dijo algo en mi oído, se deshizo en mis brazos.
Se lo llevó la ambulancia con su corona y todo,
y yo me fui a cumplir con su encargo maldito.
Llegué hasta el bar que él me había indicado
y busqué a la muchacha entre el humo y el ruido.
Por fin la vi, bailaba muy despacio,
refugiada en el cálido pecho de un muchacho.
Le conté, me escuchó, se abrazó a su pareja.
Yo no sé si lloró, no se veía apenas.


La noche debilita los corazones,
noches de funeral, de vino y rosas.
Brindemos por el amor y sus fracasos,
quizás podamos escoger nuestra derrota.
El sol limpia las calles, la memoria,
feroces pasiones atenúa.
Invéntate el final de cada historia,
que el amor es eterno mientras dura.



By Ismael Serrano

segunda-feira, agosto 02, 2010

Final kiss

what you feel only matters to you...it's what you do to others that counts!

quarta-feira, julho 28, 2010

Há que a proveitar!! :D

E é assim que se cai nos contos e nas histórias...
Acreditamos no que achamos que vemos à frente...acreditamos em nós, nos outros e acima de tudo acreditamos que o que achamos que sabemos é a verdade!!!

Desenganem-se meus amigos.
Hoje concluí que os muros que construí são o que realmente me protege, e que as ilusões e sonhos e histõrias que sempre gostei de criar são na verdade a realidade que prefiro ver...prefiro acreditar que o que acho que sei é verdade...

...Prefiro sem dúvida acreditar que tudo vale a pena... e que apesar de enganados, somos todos mais felizes assim.

...Um dia, quem sabe a verdade que não quisémos realmente ver, bate-nos como uma chapada dada a mão fechada e bem firme, daquelas secas, que ficam a latejar e nos fazem sentir a mão marcada durante o tempo todo que a nossa dor durar....

...Um dia quem sabe olharei para ti e sem rancor vou-te dizer...Eu já sabia, estava só a aproveitar enquanto dava!

quarta-feira, julho 21, 2010

O que somos...

Ontem vi um filme...e hoje acordei com aquilo a martelar-me na cabeça...e aquilo...bem...aquilo é segredo..porque há segredos que não se contam a ninguém...há segredos que ninguém quer dizer, segredos que o destino traz até nós durante algum momento da nossa vida, sabe-se lá porque caminhos e com que razões, mas que estão lá, e nem mesmo a pessoa mais próxima e nós, ou por quem temos mais afeição, ou que tudo sabe de nós sabe realmente tudo...

Há segredos que nos guardam e segredos que guardamos para nós e para o mundo...

Quanto mais vivo, mais descubro que não sei nada...quanto mais descubro que não sei nada, mais me sinto pequena, um instrumento nas mãos do mundo, das correntes do vento, e tudo o que tenho como adquirido na verdade não existe...
E na verdade existe tudo, e é mais real do que supomos, e tudo o que está por trás, tudo o que não se diz, está lá, mesmo que não se saiba, e tudo o que está la faz parte de nós, de quem somos e do modo como vivemos as nossas vidas...não esquecemos nada, embora queiramos esquece-lo, ou que se esqueçam os outros...

Está tudo lá...dizendo ou não, sabendo ou não, o que foi feito não se desfaz e o que somos vem disso também.

terça-feira, julho 13, 2010

If I could...

If I could put you in a frame I'd draw you smilling...
with a cigarret in you mouth and you hands reaching out for something...if I could...

If I could wear all your clothes I'd still be different
And if I had your speaking voice I'd never whisper...
...I'd talk and talk and talk...

domingo, maio 16, 2010

Cega, surda e muda

Nem sempre nos controlamos...
Nem sempre somos senhores de nos...e quando menos se espera, ainda menos somos senhores dos nossos sentidos ou das nossas vontades.

O que somos nem sempre deixamos ver, e o que sentimos nem sempre o vëm. Nem sempre somos capazes de dizer o que queremos, de despejar o nosso Ser, ou de nos fazermos sequer ouvir...

As vezes sinto-me cega, surda, e muda... outras vezes, secretamente, prefiro së-lo e esquecer as responsabilidades, as pessoas, as coisas ou mesmo o que me leva a ser como sou ou a fazer todas as coisas que faco e fiz e farei na minha vida...

As vezes prefiro nao ver, nao ouvir, nao querer e nem sequer sentir...

Tenho direito a isso???... ou nao?!?!?

quarta-feira, abril 14, 2010

Mais uma música escrita no Céu...

...se eu fosse a sua
e não mais uma
as quatro luas eu lhe daria
pra me tornar sua maria
uma canção eu cantaria
minha resposta ao que eu ouvi
a mais bela melodia
foi roubar pra minha hitória
sua poesia de outrora
não por jura ou promessa
nem perdão ou vaidade
debaixo da condesseira
sua maria de verdade...


By Céu

segunda-feira, abril 12, 2010

No remoínho do tempo

O tempo dá-me medo...
Dá-me medo a forma como apaga as memórias, como arrefece as emoçöes e esquece os desejos...
O tempo tem o poder de apaziguar a dor, acalmar os pensamentos, consolidar as vontades...mas tempo demais pode ser o nosso maior obstáculo.
Os meses passam, as semanas, os dias e a cada hora, a cada segundo vamos mudando, e o rumo que tomamos pode ou näo ir de encontro ao que em tempos ansiámos.
Ás vezes gostava de ter a receita para parar o tempo...para viver aquele momento de felicidade por mais tempo, aumentar o tempo de exposiçäo de um sorriso, manter na pele aquela sensaçäo de prazer que um beijo nos dá...

Mas depois corríamos o risco de também ser possível ficarmos presos em momentos de dor, de prolongarmos a agonia de uma perda, ou relembrarmos eternamente o que preferimos por vezes esquecer...

Tenho medo, e sempre tive, de deixar escapar o que me parece certo, de perder o momento em que devia agir e isso tornou-me no que sou...

Hoje faço o exercício inverso, o de aceitar o ritmo das coisas, e de näo recear que o depois seja tarde demais, embora isso me passe tantas e tantas vezes pela cabeça, e talvez por isso me refugie no exercício de reavivar memórias, de escrever muito mais, de ouvir tantas vezes aquela música que afinal acaba por fazer parte do meu dia-a-dia e näo do meu passado ou do momento que quis recordar e que passou com o tempo..

Dou por mim cada vez mais enrolada no tempo, no de hoje, no de ontem e no do amanhä...porque te guardo na memória...e nas músicas que oiço...e nas paisagens que vejo e onde te encontro...

sexta-feira, março 26, 2010

palavras...

tanto tanto que escrever...
tanto tanto que dizer...
tanto tanto a sentir...

e tao pouco tempo para o poder fazer, para o absorver, para o transmitir...

sobra-me apenas a vontade de o fazer e o desejo de que mesmo longe e baixinho, que alguém possa ouvir as palavras que murmuro ao vento...

terça-feira, março 02, 2010

love and some verses

Love is a dress that you made
long to hide your knees
love to say this to your face,
"I'll love you only"
for your days and excitement,
what will you keep for to wear?
someday drawing you different,
may I be weaved in your hair?

Love and some verses you hear
say what you can't say
love to say this in your ear,
"I'll love you that way"
from your changing contentments,
what will you choose for to share?
someday drawing you different,
may I be weaved in your hair?

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Patas arriba

Naquele dia ela acordou triste...mal os primeiros raios de sol lhe tocaram o rosto deixou de conseguir manter os olhos fechados, ao contrário dos dias anteriores, em que se deixava ficar na cama meio dormente de cansaço e sono.

Nessa manha uma tristeza a sufocava apesar de ter ido para a cama em paz, apesar de ter feito amor com ele como nunca antes tinha feito e de lhe ter esvaziado os seus receios...talvez por isso tenha acordado triste, talvez por isso as músicas que a tinham ajudado a adormecer e que pertenciam aos dois, esta manha lhe traziam nao o amor, nao a alegria, mas sim a saudade...

Levantou-se e seguiu para a casa de banho, onde começou mecânicamente a tratar de si, e só já dentro da banheira é que se apercebeu que estava escuro, e que apenas a luz que entrava pela janela iluminava o espaço. Estranhou...pensou que a lâmpada se tivésse fundido e que tinha a certeza que estava acesa quando estava a lavar os dentes...

Mesmo assim, na luz ténue, ligou a água e deixou-se lavar pelo seu quente...foi nesse momento que percebeu o nó que tinha na garganta, e que lhe apertava a alma...sentiu a solidao...sentiu-se vazia, perdida...

Quando saiu do banho tentou ligar a luz, e esta acendeu e aí apercebeu-se de que tinha sido ela que a tinha apagado enquanto estava inundada pela sua estranha melancolia...e perguntou-se como foi possivel nao se dar conta dos seus gestos...

Ao longo do dia vários foram os amigos que lhe perguntaram porque estava tao triste?
Tentou por varias vezes esconder a sombra que carregava no rosto com um sorriso mal cosido nos lábios...

Ao fim do dia, já no regresso a casa é que se apercebeu do que estava a fazer a si mesma, e de como nao se podia dar ao luxo de cair na tristeza...só ao fim do dia e sem motivo aparente, sem que ninguém tivésse acendido o botao da sua consciencia é que percebeu as palavras dele, e do quadro que tinha tido durante toda uma semana à sua frente e cuja frase lhe estava sempre na memória sem que verdadeiramente se tivésse deixado influenciar pelo seu significado.

Só aí é que percebeu que o passado feliz nao se pode tornar num presente infeliz, por ter passado...mas sim na certeza de que tocamos a felicidade muitas vezes e que essa felicidade está gravada em nós e nao se pode transformar em tristeza, em solidao, ou em saudade, mas sim na força que nos faz sorrir por a termos vivido e sentido, e por nos fazer sorrir cada vez que a recordamos e que temos consciencia de que está guardada em nós!

...E entao finalmente o nó que tinha a prender-lhe a alma se soltou, e finalmente sorriu com vontade enquanto olhava a rua e as pessoas que passavam...só ai compreendeu melhor a sorte de ter vivido o passado e de o poder continuar a levar consigo no presente, e sentiu vontade de sorrir...e as músicas que a tinham ajudado a adormecer e que esta manha lhe trouxeram saudade, voltaram a trazer-lhe o seu amor, e a alegria de o ter sempre consigo.

"As veces se me ocurre que la tristeza no es mas que la alegria patas arriba"

sexta-feira, fevereiro 05, 2010

...

As vezes ha palavras que preferimos calar dentro de nos para que nao se tornem realidade.
Sabemos perfeitamente que nao ha como escapar as consequencias das nossas escolhas.

Eu tenho sempre a sensacao de que dizer as coisas e meio caminho andado para as tornar realidade...dizer: Eu Vou!....ou Eu posso!...ou mesmo Eu consigo! e meio caminho andado para conseguirmos efectivamente realizar a nossa vontade...mas desta vez prefiro calar-me e nao dizer o que sei...na esperanca de que nao acabe e se estique ate ao dia em que talvez o possa reaproveitar, como ate a bem pouco tempo o fiz...

neste momento quase lamento a minha escolha...quase quero deitar tudo p o ar...quase...quase...

...que belas brincadeiras o destino nos prega...

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

no need to say goodbye...



...está a cortar um bocadinho o texto...but you get the point!! ;)

Bagagem

A vida é feita de muita coisa...mas a principal coisa que retiramos dela, são as nossas experiências, e as pessoas que nos tocaram e nos modificaram.
Gosto de olhar p trás e ver que fui feliz, que sou feliz, que a história que escrevi até agora me agrada e que acima de tudo trago do meu passado muita coisa boa para o presente e para o futuro...muita coisa que me tornou no que sou...

As despedidas nunca me afectaram muito...sempre me afastei sem olhar uma vez sequer p trás, porque sempre achei que para a frente é que está o meu caminho, e o que ficou para trás não é para largar tristemente, mas para guardar e levar connosco para todo o lado. Não sou saudosista, nem gosto de me agarrar ao que já foi, mas gosto de guardar as coisas e saber que cada uma guarda uma história, uma pessoa, uma memória...talvez por isso não consiga deixar de trazer objectos das minhas viagens, em vez de roupa ou grandes adereços...talvez por isso me custe deixá-los à merçê de quem ocupe a minha casa, pois essas pessoas não conhecem as histórias, não ouvem as suas memórias e aquilo que contam sobre vários momentos do meu passado.

Hoje estou de novo em ponto de mudança, daqui a 7h horas estarei no aeroporto com uma mochila que de certeza pesará mais do que deve, mas que terá na história da sua composição, a lembrança das pessoas com quem falei esta noite enquanto a fazia, as lembranças das últimas horas nesta casa que tanto me custou a "construir", mas acima de tudo de tudo o que vivi nestes três anos em Portugal. Foram longos e no entanto tão curtos... dolorosos e no entanto felizes...pesados e afinal tão ligeiros...e agora, com o que estes três anos me ofereceram parto com a bagagem cheia do que sou e do que toda a gente que tive por perto me tornou...Mas tenho de admitir que desta vez parto com dificuldade e despedida afecta-me mais do que imaginei... será velhice?

Seja como fôr, tenho de dizer...
Estou feliz por te ter conhecido, mesmo que por um breve tempo...
Estou feliz por te ter reencontrado, depois de todo este tempo...
Estou feliz por nunca me teres largado, e esperado tanto tempo...
Estou feliz por te ter sempre por perto, e de ter tido tempo para te viver novamente, reconhecer-te na multidão e apertar os laços que nos unem e sempre unirão...
Estou feliz por me teres abraçado, beijado, tocado e sussurrado ao ouvido as palavras doces que precisava de ouvir...
Estou feliz por te ter feito sorrir, por me teres ouvido, por me teres enxugado as lágrimas que não consegui guardar...

Gosto de ti...e levo-te comigo para onde fôr...

sexta-feira, janeiro 22, 2010

Primeiros Adeus

E é assim...tanto que eu esperei pelo dia em que finalmente iria deixar o trabalho para trás e passar a contar com o tempo todo livre para poder fazer as mil e uma coisas que agora só tenho tempo de fazer a correr...e afinal...são neste momento 22h, e eu ainda estou no atelier...

...a fazer??

...simplesmente a inventar coisas para adiar o momento em que vou fechar aquela porta atrás de mim, depois de desligar o computador e as luzes e dizer pela última vez um "boa noite" ao atelier que faz neste momento 3 anos que me acolheu...

Juro que não pensei que fôsse sentir este vazio...e o pior é imaginar que se aproximam dois dias de fim-de-semana em que vou ter um lanche/jantar de despedida dos meus amigos de faculdade, um jantar de reencontro e despedida com uma colega antiga de trabalho e hoje à noite ainda uma última saída descontraída com amigos vários...tudo festa e diversão, e no entanto cheira-me tudo a melancolia...cheira-me tudo a despedida e eu nunca gostei de despedidas! Mesmo aquelas do "até já"!

...sinto que tenho o coração pequenino...que se fecha um capítulo que gostava de prolongar...e está-me a custar muito mais do que me custou quando saí da holanda, onde estive 2 anos, onde fiz amigos, mas de onde vim com a certeza de que voltava para os braços de pessoas que me faziam falta na altura...e agora parto feliz, sim, mas sem uma imagem de futuro que me guie para além da viagem, e isso, se por um lado é invejável e fantástico, por outro lança dúvidas e incertezas...
Tudo à minha frente é branco, as possibilidades são mais que muitas e a excitação está ao rubro, mas não contava mesmo nada com o peso desta despedida que se alojou no meu cérebro e no meu coração.

Quero muito aproveitar todos os segundos que conseguir dispensar, no meio da correria de tratar dos últimos pormenores, para estar com o maior número possível de pessoas e ao mesmo tempo só me apetece sair daqui e ir-me enfiar directamente em casa debaixo de uma manta, enrolada no sofá, deitar a cabeça nas almofadas e adormecer...preferia que fosse rápida e indolor esta fase, que quando abrisse os olhos já estivésse a caminho do aeroporto a lamentar não ter tido hipótese de me despedir, e no entanto sinto constantemente que não me quero deixar adormecer, quero ligar a todos, falar com todos, estar e fazer tudo o que ainda puder até ao último minuto...

...O Ser Humano é de facto complicado...e eu sou claramente um exemplo disso!!! Viva a liberdade de poder partir á aventura e ser feliz, e viva tudo o mais que essa liberdade nos faz à cabeça...Bem, se conseguir conservar a sanidade depois desta, posso sem dúvida acreditar que sou capaz de tudo!! :D

quinta-feira, janeiro 21, 2010

TTTRRRRRiiiiiiiiiiiiMMMMMMMMMM

Estou na recta final e não me apetece fazer nada...
só descansar e não pensar nos dias que ainda tenho pela frente...
só imaginar que não tenho nada para fazer e ir andando ao sabor da maré e só fazer o que me apetece...
só aproveitar o sol que renasceu...
só ficar em casa a ouvir música...
só não pensar...
só ter os pensamentos parados...

...alguém me cala o despertador que tenho constantemente a tocar na cabeça?!?!

quarta-feira, janeiro 20, 2010

mudar de rota!

Por mais que lhe tenha já dito que não posso ir carregada e que o número de peças de roupa que posso levar é limitado, acabo sempre por me ver nas lojas, diante de mil e uma coisas que ela gostaria que eu comprásse, e vezes sem conta me vejo com a preocupação de não saber como lhe dizer que não levo por não querer, mas por achar um desperdício o investimento que quer fazer em mim se depois não posso levar comigo...
Sei perfeitamente que tem gosto em me comprar as coisas que já não tem prazer em comprar para si, mesmo que depois se esqueça e acabe por elogiar as coisas que trazemos sem se aperceber que foi ela mesma que nos deu...A idade não perdoa, e ela transformou-se num daqueles Seres que o tempo deixou marinar para trazer ao de cimo tudo o que de melhor e complicado têm as avós.

Moderníssima, a consultar a caixa de entrada das mensagens do telemóvel para onde a minha irmã garantiu ter enviado a resposta que esperava...é o meu orgulho...matriarca e terror da família! Adoro-a!

Sabe que não sei se volto tão cedo e preocupa-se em garantir que não me apercebo do medo que carrega consigo...e eu precupo-me em garantir que não lhe passo as preocupações que tenho cada vez mais...Faço contas ao dinheiro para ver se chega, analiso as possibilidades de modo a garantir que não vou ter de depender do dinheiro de ninguém para pagar a casa que deixo para trás...ou o vôo de regresso...ou deixar preocupações com as pessoas que ficam encarregues do que deixo para trás, ou o que quer que seja...e questiono-me mais uma vez..cada vez mais nos últimos dias...porquê que vou? Ultimamente cada vez tenho menos certezas daquilo que ainda à um mês atrás afirmava fazer sentido e ser a razão que me guiava e perante a qual me curvava sem hesitar.

Decorridos três longos e ao mesmo tempo rápidos anos consegui a proeza de virar o meu mundo ao contrário, e agora que encontro um qualquer tipo de estabilidade, de rotina, e que tenho aquilo a que posso chamar "Home" está na hora de me despedir de tudo e virar as costas em direcção a um desconhecido, ao recomeço, à reconstrução de tudo novamente. Procuro acreditar nos sons que sussurram que não haverá problema, pois tudo estará cá quando regressar, mas sei que nada permanecerá igual...os amigos vão mudar as rotinas que agora conheço, alguns irão casar, outros ter filhos, outros deixar de sair e outros mudar até de rumo e quem sabe já cá não estar quando eu regressar... a família seguirá o seu rumo, unir-se-à e tornará mais uma vez a não contar comigo...e o meu coração adocicado voltará a ser apenas uma máquina que garante a minha sobrevivência... as pessoas passarão a ser vozes que oiço ao longe...

Hoje senti mais uma vez que estou a chegar ao fim, e que vou ter de deixar tudo o que construí, e que a partir desse dia já não vou ver as mesmas caras, já não vou poder falar do mesmo modo com aqueles que hoje me escutam e que um dia quando regressar vou ter uma nova realidade, diferente daquela que deixo e que neste momento tenho muita, mas mesmo muita pena de largar em troca desse vazio cheio de aventuras e paisagens e desconhecido... se tivésse de tomar a decisão neste momento, acho que a tomava novamente, mas precisava de tempo para poder gozar um pouco mais da paz que aqui encontrei finalmente no fim deste ano que passou.

Sinto-me como um animal, que encontrou um abrigo e uma cama após um longo percurso de obstáculos, e que quando finalmente conseguiu fechar os olhos e se aninhou para descansar, o relógio que trazia ao pescoço soou um alarme, e o abrigo e a cama fofa onde finalmente poderia descansar tinham desaparecido, e ele dá por si de novo de pé, na estrada, com os olhos colados de sono e o corpo ainda cansado e sem energia para seguir...Sinto-me assim, de pé, a olhar para a estrada, e sem forças para dar os passos que ainda tenho de dar até poder descansar... e olho constantemente para trás a tentar perceber porquê que não posso simplesmente descansar...

quinta-feira, janeiro 14, 2010

If today was your last day...

My best friend gave me the best advice
He said each day's a gift and not a given right
Leave no stone unturned, leave your fears behind
And try to take the path less traveled by
That first step you take is the longest stride

Against the grain should be a way of life
What's worth the prize is always worth the fight
Every second counts 'cause there's no second try
So live like you'll never live it twice
Don't take the free ride in your own life

If today was your last day
Would you make your mark by mending a broken heart?
You know it's never too late to shoot for the stars
Regardless of who you are
So do whatever it takes
'Cause you can't rewind a moment in this life
Let nothin' stand in your way
Cause the hands of time are never on your side


If today was your last day
And tomorrow was too late
Could you say goodbye to yesterday?
Would you live each moment like your last?
Leave old pictures in the past
Donate every dime you have?
Would you call old friends you never see?
Reminisce old memories
Would you forgive your enemies?
Would you find that one you're dreamin' of?
Swear up and down to God above
That you finally fall in love
If today was your last day

e como disse a sábia tartaruga do kung Fu Panda:
Yesterday is history,
Tomorrow a mistery,
today is a gift...enjoy it well!!

quarta-feira, janeiro 13, 2010

vivam os roubos!!

Faz amanhã uma semana que não tenho tempo nem para pensar em escrever no blog...vou guardando para mim os mil pensamentos e sensações que o dia vai trazendo à minha mente e vou guardando no saco da memória...quando finalmente o despejar até vou ter ficar tonta com a quantidade de informação retida!

De uma coisa me lembro e tenho sempre vontade de falar, do que sinto e vivo neste momento. Mas como mais uma vez o tempo escorre por entre os meus dedos, deixo apenas uma cópia de um pensamento roubado de um outro blog... enjoy

1.12.2010
coisas que fascinam (93)
Há uns dias, em conversa com uns amigos, discutia-se a distância que pode haver entre a capacidade de amar alguém e a vontade de envelhecer com esse alguém. É que às vezes há de facto uma distância entre ambos os estados.
Uma amiga minha apagou uma vela com a ponta dos dedos e, tal como esse fogo, também as suas palavras se esfumaram num sorriso que me pareceu triste: "já amei alguns homens a sério mas nunca quis envelhecer com nenhum".
Não gosto muito, numa primeira análise, da ideia de envelhecer com alguém, principalmente porque me parece que a ela está associado um certo divórcio da vida. Melhor dizendo, dos outros. De todos os outros. Mas não é assim. Pelo menos não tem que ser assim.
Actualmente estou a passar a fase profissional mais complicada de sempre na minha vida, não me apetece nem posso explicar aqui porquê. Sei no entanto que estou a fazer os possíveis para me manter à tona da felicidade e dar a volta a isto. No entanto hoje senti-me a afundar lentamente e ao princípio da noite decidi andar um pouco à deriva numa cidade que não é a minha, entre alguns ombros embrutecidos e a indiferença dos outros. De todos os outros.
Foi num bar de esquina qualquer que, guiado por curtas mensagens de telemóvel, me acabei por encontrar com a minha companheira. Bebemos duas cervejas e comemos uns pratos de polvo com molho verde. Agora não sei bem explicar mas estou bem disposto. Gostava de envelhecer com ela... se puder ser. Entre todos os outros.

By: Bagaço amarelo

quinta-feira, janeiro 07, 2010

momentos...

Entre vacinas, sinais, telemóvel, bancos e Decathlon...estes têm sido dias muito preenchidos!!

A apenas cerca de 25 dias de distância, parto para outro continente, para outra realidade...e por muito que isso me pareça uma opção acertada e à tanto esperada, não há como evitar ansiedades. Os desejos de ter mais tempo para usufruir do que tenho por cá assaltam-me cada vez com mais regularidade. De repente tudo passou e cheguei ao ponto em que me tenho mesmo de me começar a despedir, a marcar os últimos encontros, a apontar as coisas que não me posso mesmo esquecer de fazer, de tratar, de lembrar...

Os dias correm e quando damos por ela nem tempo tivémos de olhar para nós, ou de parar um bocadinho! Felizmente que o Ser Humano tem a capacidade de fazer muitas coisas ao mesmo tempo e mesmo com o corpo ocupado, e a mente cheia, consegue-se sempre fugir para aqueles cantos remotos da memória e ir buscar um daqueles pensamentos ou momentos passados que do nada nos põem um sorriso no rosto!.. e ás vezes é tão ridículo estar a andar na rua ou estar numa sala de espera e simplesmente começar a sorrir... rídículo, mas ao mesmo tempo tão lindo!

Tomara poder, todos os dias, ter um deste momentos que nos apanha desprevenidos e nos aproxima de quem nos faz sorrir.
...E eu não me posso queixar! Tem sido um início de ano intenso, cheio de coisas, umas mais complicadas e chatas que outras, mas no total, com um saldo muito positivo!
Faz-me sentir feliz...e na verdade mais do que sentir, acho mesmo que estou feliz!

E só por isso, aqui vai uma música que embora melancólica, me recorda sempre uma história de amor...e eu, lamechas como sou quando estou contente lembro-me sempre destas histórias de amor...vá-se lá explicar!!!!

segunda-feira, janeiro 04, 2010

Julie and Julia

(Ouvir a música enquanto se lê)


Curioso foi dar comigo a rir-me ás gargalhadas com alguns gestos da personagem da Merryl Strip...e encantar-me com a relação que a cozinheira Julia e o seu marido tinham...
O apoio que ele lhe dava...ela seguia-o, desistiu de tudo para estar com ele e ele reconhecia isso e demonstrava que gostava dela apoiando-a na sua aventura culinária, sempre com muita doçura...e isso é tudo tão importante. É bonito ver duas pessoas que se tratam bem, que se cuidam e mimam...e que o demonstram...porque ás vezes são os gestos pequenos, como um pequeno almoço feito para satisfazer os desejos de quem se quer mimar levado à cama, pode ser tão fácil de realizar, e tão bom de saborear...

O que me faz vir aqui escrever a estas horas (01h00), quando já deveria estar no quarto, a pôr os lençóis lavados na cama desfeita ou a lavar a loiça que acumulei no lava-loiças, foi o facto de ter sentido a mesma satisfação que elas tiveram ao cozinhar e de reconhecer o valor que tem o tempo passado na confecção destes pequenos prazeres.

Adoro cozinhar, adoro ter para quem cozinhar...cheguei a casa e por entre sacos de compras para arrumar, roupa para tentar salvar do estendal onde ficou à chuva, e o caos em que se encontra a minha casa, a primeira coisa em que pensei foi em fazer uma sopa de caldo verde inventado, e pelo meio umas beringelas recheadas com soja para o almoço de amanhã, por entre as fatias de pão saloio cobertas com manteiga de alho, fiambre fumado e queijo gouda salpicado de ervas no forno que preparei para o jantar hoje...
...a minha delícia é cozinhar e imagino sempre, enquanto preparo estas minhas magias inventadas, mas que desde sempre se fizeram, que alguém o vai saborear...que não sou apenas eu e que no final vou partilhar estes sabores que vou inventando com a pessoa que está no meu pensamento e para quem dirijo todos aqueles aromas. Mesmo quando acabo por comer sozinha, penso sempre "huuummm, terias adorado..."

Penso em várias pessoas para quem o gostaria de fazer...mas reconheço que o prazer de cozinhar para alguém de quem se gosta, que nos trata bem, que nos ama e apoia incondicionalmente...o nosso companheiro...tem sempre outro sabor.

Foi um filme bonito, que adiciona de forma mais terra-a-terra o que o filme "Chocolate" nos mostra de forma mais mágica...amor e cozinha...dois temas interligados desde sempre...dois temas que adoro...dois temperos imprescindíveis à receita da vida que vou elaborando com uns toques de descoberta para dar sabor! ;D

...bem...e posto isto vou comer uma sopinha e fazer a cama...Bon apetit!