segunda-feira, julho 20, 2009

Aquário

Ontem fui ao Oceanário!
Quem espera sempre alcança, e ontem usufrui de uma entrada grátis que há tanto esperava!

O mundo marinho...azul...infinito...distante...uma tranquilidade que nos esvazia...a vida marinha cheia de uma energia controlada, como se tudo tivésse o seu lugar e se compusésse num ecossitema equilibrado que só o homem poderá arruinar como faz com tudo. Um aquário central cheio. Criaturas que andam sem rumo num espaço superlotado.

O Eusébio e a Amália, doces Seres, reduzidos a um curto espaço, entretiam-se a nadar em círculos, como se aquele mini-circuito fosse uma rotina agradável ...para a frente...de barriga para baixo...para trás, de barriga para cima e olhos perdidos nos olhos de quem observa embevecido duas criaturas de patas aninhadas no peito e pés de barbatanas.

Um cardume de peixes que passa constantemente vindo de um dos lados do rectângulo de vidro e desaparece no outro. Ainda me perguntei se aquilo seria como um circuito fechado que eles percorrem constantemente...

Dois dragões marinhos fantásticos, lindos, num convívio entre três algas amarelas dentro de um cilindro de vidro com cerca de 1m3.

Lampreias aninhadas, um polvo gigante solitário, um caranguejo gigante entre peixes, anémonas, estrelas do mar, algumas espécies da família dos pinguins cujos nomes não fixei, e uma panóplia de tubarões, peixes e seres inatingíveis para um comum mortal como eu.

...Adorei vê-los mas a sensação com que saí foi nítidamente de desilusão... é fantástico poder ver os animais ao vivo, principalmente aqueles que não conseguiríamos ver por serem raros ou que obrigam a ter qualificações que nem todos temos para nos podermos aproximar deles...mas continuo a preferir vê-los apenas na televisão ou nos livros do que os retirar do seu ambiente e reduzí-los a espaços pequenos demais para eles.

Imaginem o que seria passar anos num T0, equipado com tudo o que precisarias para viver e te divertires...livros, televisão, filmes, comida e livros de receitas, rádio... mas sem te ser permitido sair para além dali...nunca chegares a sentir um arrepio de frio ou o quente do sol na pele... as paredes sempre pintadas e a janela sempre com a mesma paisagem...e os dias a passarem lentamente...quanto tempo serias capaz de estar assim sem entrares em depressão?

Sem comentários: