sexta-feira, março 11, 2011

A grandiosidade da nossa pequenez

Foi no chamada "ônibus" que me lembrei dele.
Há quanto tempo já não o vejo? 2, 3 anos? Sim, talvez uns 3.

Os meus pensamentos escorreram até ele quando me debruçava sobre o nosso último e mais recente contacto. As palavras frias e existentes quase só por educação são a única coisa que hoje trocamos. E só pelos aniversários! Quase como se fôsse para que não fique no ar a sombra de uma ausência mal educada e desinteressada. Não depois de tudo o que vivemos. Foi muito tempo, iria parecer mal!!

E hoje eu pergunto:
Como é que as pessoas conseguem pôr de lado anos de convivência, luta, amor e crescimento em tão pouco tempo, e nem sequer se ressentirem da ausência do outro?
Como é possível que os vários anos, meses e meses de convivência se percam no silêncio da ausência total e desinteressada?
Como é possível que sejamos capazes de substituir sem dó nem piedade os momentos doces, alegres ou mesmo os maus, pela completa ausência, como se essa pessoa nunca nos tivésse sido importante? Como se os anos não tivéssem deixado marcas, como se o correcto fôsse esquecer o passado e viver o presente, porque o presente é sempre mais apelativo, mais surpreendente e misterioso...E depois até se chegar ao cansaço que leva à separação, ainda há muitos bons anos para viver, mas...e depois? É assim? Tem mesmo de ser assim?

Lembrei-me dele porque nunca percebi como fomos capazes de chegar a este ponto. Será que se lembra de mim? Não digo lembrar de sentir saudades, mas lembrar-se simplesmente, tal como eu o faço por um motivo ou outro que me leva às minhas experiências anteriores? Será que é possível que nunca tenha vontade de saber como estou, se eu, apesar de tudo, ainda tenho curiosidade por saber dele?

Os anos passam e tudo acalma. E o Ser Humano a tudo se adapta, mas não posso deixar que passe despercebida a minha falta de compreensão para a indiferença a que somos capazes de nos entregar, sem esforço algum, a um incontável número de coisas e situações e pessoas...

Somos de facto grandiosos como Seres... mas conseguimos ser tão pequenos nos nossos sentimentos!

2 comentários:

Vilhs disse...

Esse discurso fará sentido quando lhe ligares, apenas para saber como está, e ele te ignorar e ser frio...até lá, acho que é o medo que nos prende ;)

Gosdtiiiiiiiiiiiiiiiii ;)

Pedro disse...

Tu escreves umas coisas com as mesmas palavras que eu. Weird. E nao e' a primeira vez! I am @ a late night cab in London before heading to Mexico en otra gran aventura.
ZP