O lagarto, animal que acompanha toda a história do ser humano - que é descrito no Livro dos Sonhos, de Artemidoro, como sendo o indício de "sentimentos desprezíveis" - também pode ser visto como um guardião. A exemplo do xamã, que também é um guardião de culturas e conteúdos - suas visões põe a tribo em contato com sua própria cultura ancestral e a mantém viva - o lagarto, na época cristã, adquiriu valor de renascimento, de rejuvenescimento por conta de sua capacidade natural de descamação, que simbolizava aspiração à luz espiritual. O lagarto também podia corporificar a alma, pois acreditava-se que o pequeno animal entrava pela boca das pessoas adormecidas e lhes roubava o espírito por algum tempo. Ao voltarem, os lagartos lhes traziam um novo espírito e enriquecido de novas experiências.
Em "Physiologus" - texto dos primórdios do cristianismo - está relatado que o lagarto, quando envelhece, seus olhos se apagam e ele rasteja para dentro de uma fenda de muro voltada para o oriente. Quando o sol nasce, "seus olhos se abrem e ficam sãos. Tu, também, homem, procura dessa maneira, quando... os olhos de teu coração se tornarem turvos, o Sol nascente abrirá os olhos de teu coração".
Como animal que "dorme no inverno", o lagarto tornou-se símbolo da morte com posterior ressurreição; entretanto, é também representado em moedas no momento em que é morto pelo deus do Sol ("Apollon Sauroktonos"). Em moedas romanas, era associado à deusa da saúde Salus, por causa da sua capacidade de perda e regeneração da cauda.
Outro lagarto, a salamandra, na simbologia e na crença popular não se encontra presente apenas como o anfíbio conhecido da zoologia, mas principalmente como um ser elementar que tem sua morada no elemento fogo, para infundir-lhe vida e protegê-lo, conforme Paracelso (1493-1541). O autor acredita que esses seres do fogo, de acordo com sua própria natureza, em nada se parecem com o mundo dos homens. Por exemplo, as criaturas da água (ondinas, melusinas), de acordo com a crença popular, não são demônios, mas guardiões do elemento (água) comandados por Deus. Nos livros do Renascimento, ricos em conhecimento especulativo, as salamandras são também chamadas de "vulcanales", e delas surgiriam outros seres híbridos menos puros denominados "flamas".
No "Physiologus", relata-se também uma curiosa tradição segundo a qual a salamandra seria um pássaro frio ("o mais frio de todos os pássaros") e viveria no vulcão Etra. Sem, no entanto, se consumir. Talvez seja uma alusão mal-entendida à lenda de um outro animal mítico-simbólico, a Fênix.
Como vimos, a lagartixa é um animal presente em nossa história dos símbolos desde os primórdios da era cristã, contendo significados diversos, que ora pendem para o bem, ora para o mal, ou seja, simbolicamente, encontra-se no céu e no inferno. Daí a força de seu conteúdo a ser representado como um animal-guardião.
Como diz o livro Tradições Populares, não é prudente espantar lagartixas, pois, assim como grudam nas paredes, elas significam a sorte que adere à casa. A lagartixa simboliza ainda a resistência, por sua capacidade de regeneração.
quarta-feira, julho 10, 2013

Lagarto - O Lagarto simboliza a adaptabilidade, a regeneração e a transformação. Como animal de Poder, estimula os sonhos e ajuda nas renovações.
O Lagarto é um animal muito tímido, suas lições falam de solidão, de alienação e de auto-imagem negativa. O Lagarto é solitário por natureza.
Assim como o camaleão muda de cor de acordo com o ambiente, o lagarto muda de aparência durante toda a sua vida. Como Animal de Poder, o Lagarto fará que entendamos o nosso processo evolutivo e como precisamos de desenvolver a nossa forte personalidade para garantir a nossa sobrevivência nessa existência material. Este animal permite-nos entender Quem Realmente Somos por baixo de nossa capa, e a explorar o nosso próprio processo de auto-protecção, que nos acompanha desde que nascemos. Compartilhando a nossa história de vida com o Lagarto, observaremos que o nosso corpo e na nossa alma se lembrarão de um tempo em que ainda não precisámos de proteção - da capa invisível que nos servia de escudo.
Com este animal podemos sair da capa protectora que criámos, assim como o Lagarto muda de pele, mesmo que seja temporariamente.

Lagartixa - Representa optimismo, adaptabilidade, regeneração, sonhos, renovação e transformação.
Ao contrário dos lagartos, as Lagartixas comunicam entre si através de ruídos.
Como Animal de Poder a Lagartixa remonta à capacidade de adaptabilidade, ou seja, o xamã que se adapta a qualquer lugar ou situação, sem falar da questão relacionada à regeneração, pois a Lagartixa regenera a sua cauda de maneira surpreendente, caso ela a perca.
Ao contrário dos lagartos, as Lagartixas comunicam entre si através de ruídos.
Como Animal de Poder a Lagartixa remonta à capacidade de adaptabilidade, ou seja, o xamã que se adapta a qualquer lugar ou situação, sem falar da questão relacionada à regeneração, pois a Lagartixa regenera a sua cauda de maneira surpreendente, caso ela a perca.
Neste caso, simboliza o xamã que combate as influências de espíritos libertinos, e sempre após um combate espiritual o xamã possui a capacidade de recuperar sua energia vital.
terça-feira, janeiro 22, 2013
As coisas passam pela nossa vida...ou melhor, achamos que passam de fato até nos aparecerem de novo à frente, escritas com letra diferente, parecendo ao início algo totalmente novo, mas quando nos empenhamos em ler o texto apercebemo-nos que é exatamente igual aos anteriores que já lemos!
Karma, dejá vú...seja lá o que for...é apenas mais do mesmo e se achámos que já estava resolvido, eis senão quando nos vem parar de novo ás mãos.
Revoltada? Angustiada? Triste? não sei... talvez simplesmente sem saber o que pensar ou o que fazer com tudo isto.
O que fazer quando voltamos ao mesmo ponto de onde saímos há anos atrás e onde achámos que já não voltaríamos?
O que fazer quando a tranquilidade atingida a duras penas é abalada e em vez de coisas boas, só traz de volta as tristes?
O que fazer se em vez de paz e amor nos aparece revolta e desconsolo?
Axé, namasté, xanti xanti...nada disto me consola no momento...sou o fruto de uma saturação do destino...de um abandono consciente e de um esquecimento forçado da felicidade interior e do amor.
Sinto-me como um mar revolto cujas ondas no regresso ao mar puxam a areia com força apenas para a levantar até onde podem para depois a atirar com força para baixo apenas pelo prazer de a sentir bater com força, sem dó nem piedade, vezes e vezes sem conta...
Houvésse por perto um mar e fôsse eu as ondas e nada do que de bom projetaste em mim se veria, apenas a revolta, a raiva, e a melancolia de atitudes vãs e desesperadas mais uma vez!
Mais uma vez... ...não era nada disto...estava calma, tranquila...não queria sentir revolta...
Karma, dejá vú...seja lá o que for...é apenas mais do mesmo e se achámos que já estava resolvido, eis senão quando nos vem parar de novo ás mãos.
Revoltada? Angustiada? Triste? não sei... talvez simplesmente sem saber o que pensar ou o que fazer com tudo isto.
O que fazer quando voltamos ao mesmo ponto de onde saímos há anos atrás e onde achámos que já não voltaríamos?
O que fazer quando a tranquilidade atingida a duras penas é abalada e em vez de coisas boas, só traz de volta as tristes?
O que fazer se em vez de paz e amor nos aparece revolta e desconsolo?
Axé, namasté, xanti xanti...nada disto me consola no momento...sou o fruto de uma saturação do destino...de um abandono consciente e de um esquecimento forçado da felicidade interior e do amor.
Sinto-me como um mar revolto cujas ondas no regresso ao mar puxam a areia com força apenas para a levantar até onde podem para depois a atirar com força para baixo apenas pelo prazer de a sentir bater com força, sem dó nem piedade, vezes e vezes sem conta...
Houvésse por perto um mar e fôsse eu as ondas e nada do que de bom projetaste em mim se veria, apenas a revolta, a raiva, e a melancolia de atitudes vãs e desesperadas mais uma vez!
Mais uma vez... ...não era nada disto...estava calma, tranquila...não queria sentir revolta...

domingo, setembro 23, 2012
domingo, julho 08, 2012
terça-feira, abril 17, 2012
sexta-feira, novembro 18, 2011
A insegurança dos dias!
Há dias em que somos muito, estamos bem, estamos saciados da vida e tranquilos.
Outros há em que nada nos parece seguro, nada nos convence, tudo nos parece frágil e sem explicação.
O segredo deve estar em conseguir compreender que esses dias vão e vêm como os dias de sol ou os dias de chuva...
Outros há em que nada nos parece seguro, nada nos convence, tudo nos parece frágil e sem explicação.
O segredo deve estar em conseguir compreender que esses dias vão e vêm como os dias de sol ou os dias de chuva...
Para ti que me lês e que me conheces...
Era assim que eu gostaria de pensar sempre:
“I'm selfish, impatient and a little insecure. I make mistakes, I am out of control and at times hard to handle. But if you can't handle me at my worst, then you sure as hell don't deserve me at my best.”
...o problema é que quem pensa assim nada tem de inseguro, mas muito de auto-estima!
Mas que era bom ter esta força toda...era!
“I'm selfish, impatient and a little insecure. I make mistakes, I am out of control and at times hard to handle. But if you can't handle me at my worst, then you sure as hell don't deserve me at my best.”
...o problema é que quem pensa assim nada tem de inseguro, mas muito de auto-estima!
Mas que era bom ter esta força toda...era!
sexta-feira, setembro 30, 2011
À porta fechada
Eles são vários.
Não me posso queixar. Embora o faça. Talvez numa tentativa de camuflar uma solidão, um isolamento auto-imposto e natural.
Todos os dias me encontro com um deles.
Uma palavra, um comentário, um olhar...
Aos pouco apercebo-me que sou eu quem se ausenta, sou eu quem se desvia e retrai.
Não percebo porquê que a porta se trancou nem imagino quando a chave rodará novamente na fechadura já ressequida do tempo e da falta de uso.
A porta está fechada e não se sabe quando se abrirá de novo...
Não me posso queixar. Embora o faça. Talvez numa tentativa de camuflar uma solidão, um isolamento auto-imposto e natural.
Todos os dias me encontro com um deles.
Uma palavra, um comentário, um olhar...
Aos pouco apercebo-me que sou eu quem se ausenta, sou eu quem se desvia e retrai.
Não percebo porquê que a porta se trancou nem imagino quando a chave rodará novamente na fechadura já ressequida do tempo e da falta de uso.
A porta está fechada e não se sabe quando se abrirá de novo...
Limpezas
O silêncio que nos fica na alma após a ausência de alguém a quem queremos bem, é algo inexplicável...
Cada um tem o seu processo de adaptação, análise, interiorização...uns preferem ausentar-se de sentimentos, outros inundar-se deles...eu descobri que não estou bem nem de um modo nem do outro. Prefiro calar e perder-me no esforço do corpo e no esquecimento do espírito. Na verdade, só consegui absorver o acontecimento após diluir-me na água das limpezas, no pó das varridelas, no pano da loiça e na companhia de uma casa vazia e ao mesmo tempo tão cheia dos últimos pequenos almoços e serões prolongados!
A casa ficou um mimo, e eu fiquei limpinha de alma...ou pelo menos, com a ilusão de que tudo está onde deve estar, arrumado e ordenado.
Cada um tem o seu processo de adaptação, análise, interiorização...uns preferem ausentar-se de sentimentos, outros inundar-se deles...eu descobri que não estou bem nem de um modo nem do outro. Prefiro calar e perder-me no esforço do corpo e no esquecimento do espírito. Na verdade, só consegui absorver o acontecimento após diluir-me na água das limpezas, no pó das varridelas, no pano da loiça e na companhia de uma casa vazia e ao mesmo tempo tão cheia dos últimos pequenos almoços e serões prolongados!
A casa ficou um mimo, e eu fiquei limpinha de alma...ou pelo menos, com a ilusão de que tudo está onde deve estar, arrumado e ordenado.
quinta-feira, agosto 04, 2011
... and be loved in return!
Somos senhores de muitos sentimentos e sensações. Capazes de racionalizar e desconstruir o mais elaborado acontecimento físico, emocional ou espacial.
Temos em nós a capacidade imensa de nos reinventarmos, saciarmos as nossas vontades como prazeres que mais nenhum Ser na terra é capaz.
E no entanto...
No entanto somos básicos e primários como os nossos os nossos primos mais próximos, mas sempre com a ideia de que somos superiores nas nossas intensões e capacidades! Nada como um macaco para nos mostrar o quanto evoluimos e ao mesmo tempo, o quanto não nos conseguimos afastar da nossa essência.
Podemos percorrer o mundo ou nem ansiar sair de casa. Ir à lua, ou desbravar os oceanos.
Somos e seremos sempre tão somente Seres feitos de carne e osso, irradiando uma luz que não compreendemos e procurando entender porquê que no final, depois de tanto que já percorremos, apenas nos interessamos por uma coisa...Ser aceite, Amar e ser Amado de volta!
Temos em nós a capacidade imensa de nos reinventarmos, saciarmos as nossas vontades como prazeres que mais nenhum Ser na terra é capaz.
E no entanto...
No entanto somos básicos e primários como os nossos os nossos primos mais próximos, mas sempre com a ideia de que somos superiores nas nossas intensões e capacidades! Nada como um macaco para nos mostrar o quanto evoluimos e ao mesmo tempo, o quanto não nos conseguimos afastar da nossa essência.
Podemos percorrer o mundo ou nem ansiar sair de casa. Ir à lua, ou desbravar os oceanos.
Somos e seremos sempre tão somente Seres feitos de carne e osso, irradiando uma luz que não compreendemos e procurando entender porquê que no final, depois de tanto que já percorremos, apenas nos interessamos por uma coisa...Ser aceite, Amar e ser Amado de volta!
quarta-feira, julho 27, 2011
Solidão...
Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo... Isto é carência.
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade.
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio.
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida... Isto é um princípio da natureza.
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...Isto é circunstância.
Solidão é muito mais do que isto.
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa Alma!
Francisco Buarque de Holanda
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar... Isto é saudade.
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para realinhar os pensamentos... Isto é equilíbrio.
Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente para que revejamos a nossa vida... Isto é um princípio da natureza.
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado...Isto é circunstância.
Solidão é muito mais do que isto.
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa Alma!
Francisco Buarque de Holanda
segunda-feira, julho 25, 2011
Enquanto houver estrada para andar...
"Tira a mão do rosto, não penses mais nisso...
O que lá vai já deu o que tinha a dar!
Quem ganhou ganhou e usou-se disso,
Quem perdeu há-de ter mais cartas para dar!!
Que a dependência é uma besta que dá cabo do desejo
E a liberdade é uma maluca que sabe o quanto vale um beijo..."
By Jorginho
O que lá vai já deu o que tinha a dar!
Quem ganhou ganhou e usou-se disso,
Quem perdeu há-de ter mais cartas para dar!!
Que a dependência é uma besta que dá cabo do desejo
E a liberdade é uma maluca que sabe o quanto vale um beijo..."
By Jorginho
quarta-feira, junho 29, 2011
pequenos grandes nadas tão cheios de tudo!
Os dias correm como os pumas...de forma rápida e indolor, quase como se não tivéssemos os pés na terra.
Flutuo pelo espaço e pelo tempo, em busca do meu espaço e do meu tempo, está tudo meio perdido, mas bem presente...isso eu sei!
Porque o presente é sem dúvida a nossa maior certeza...estamos onde estamos e estamos a viver o que vivemos. O ontem já passou e o amanhã pode nem vir. Mas hoje, estamos aqui e somos assim e sentimos assim. Amanhã logo se vê!
O presente é sempre aquele momento em que nem nos apercebemos do que está a acontecer, aquele momento quase inexistente, em que nem vemos as consequências nem a beleza de algo que provávelmente não repetiremos da mesma maneira, e mesmo assim, temos tendência a ignorar o presente, os acontecimentos mais singelos, os mais subtis, aqueles que nos acontecem neste momento sem nada nem porquê...esses, que sem nos apercebermos nos marcam e tatuam em nós a impressão geral do momento, bom ou mau. Quando olhamos para trás temos sempre uma impressão positiva ou negativa do que estamos a ver. Ás vezes pode ser uma lembrança de algo positivo, um momento, um beijo, umas férias e no entanto está marcada de algo negativo...e pronto...está estragada a lembrança e nem sabemos bem porquê que as coisas boas não se sobrepõem ás más, se a boa foi tão boa e a má tão insignificante e tão pequena...humm...estranho, não?
Somos assim, insensíveis e indigentes. Vagueamos pela vida sem nos darmos conta que é tudo o que temos e é tudo tão bom. O passeio na praia, os caminhos mal encontrados, os mergulhos sem pára-quedas nos infortúnios da nossa existência. Somos feitos de tudo isto e de nada nos apercebemos. Somos singelos, obscuros, masoquistas e profundos apreciadores de nós mesmos enquanto seres errantes e cheios de inteligência e certezas.
São tantas, tantas certezas que no fundo somos apenas um insuflado de dúvidas sem resposta... somos assim, um vazio cheio de tudo, uma certeza carregada de nada, uma vida intensa carregada de pequenas mortes. Somos assim, tanto e tão pouco. Andamos pela vida e vê-la passar e no entanto não paramos de correr para a agarrar...
Somos assim...e afinal o que somos mesmo??
Flutuo pelo espaço e pelo tempo, em busca do meu espaço e do meu tempo, está tudo meio perdido, mas bem presente...isso eu sei!
Porque o presente é sem dúvida a nossa maior certeza...estamos onde estamos e estamos a viver o que vivemos. O ontem já passou e o amanhã pode nem vir. Mas hoje, estamos aqui e somos assim e sentimos assim. Amanhã logo se vê!
O presente é sempre aquele momento em que nem nos apercebemos do que está a acontecer, aquele momento quase inexistente, em que nem vemos as consequências nem a beleza de algo que provávelmente não repetiremos da mesma maneira, e mesmo assim, temos tendência a ignorar o presente, os acontecimentos mais singelos, os mais subtis, aqueles que nos acontecem neste momento sem nada nem porquê...esses, que sem nos apercebermos nos marcam e tatuam em nós a impressão geral do momento, bom ou mau. Quando olhamos para trás temos sempre uma impressão positiva ou negativa do que estamos a ver. Ás vezes pode ser uma lembrança de algo positivo, um momento, um beijo, umas férias e no entanto está marcada de algo negativo...e pronto...está estragada a lembrança e nem sabemos bem porquê que as coisas boas não se sobrepõem ás más, se a boa foi tão boa e a má tão insignificante e tão pequena...humm...estranho, não?
Somos assim, insensíveis e indigentes. Vagueamos pela vida sem nos darmos conta que é tudo o que temos e é tudo tão bom. O passeio na praia, os caminhos mal encontrados, os mergulhos sem pára-quedas nos infortúnios da nossa existência. Somos feitos de tudo isto e de nada nos apercebemos. Somos singelos, obscuros, masoquistas e profundos apreciadores de nós mesmos enquanto seres errantes e cheios de inteligência e certezas.
São tantas, tantas certezas que no fundo somos apenas um insuflado de dúvidas sem resposta... somos assim, um vazio cheio de tudo, uma certeza carregada de nada, uma vida intensa carregada de pequenas mortes. Somos assim, tanto e tão pouco. Andamos pela vida e vê-la passar e no entanto não paramos de correr para a agarrar...
Somos assim...e afinal o que somos mesmo??
sexta-feira, junho 24, 2011
...
De todas, uma certeza persiste...não é fácil.
Cada vez que vejo uma porta de rede a fechar-se, imagino-me lá dentro.
Consigo sentir o ar que passa por entre a rede e saber que ali é onde me sinto em casa.
Se um dia eu conseguir chegar a ter aquela porta por onde entrará o cheiro de alfazema e das folhas das árvores de fruto será o dia em que poderei dizer que consegui ...humm...ou talvez não, mas pelo menos estarei lá perto....bem pertinho de ter a vida que neste momento desejo, e que sei que será onde terei a paz que procuro...poderão faltar outros complementos à minha felicidade, mas pelo que sei hoje, o caminho está traçado...se não chegar ao fim chego pelo menos ao meio e de lá...bem...um passinho de cada vez...a solidão não me assusta, principalmente se estiver rodeada de aroma a alfazema, árvores de fruto, um bolo a arrefecer na janela e o som dos pássaros que brincam por perto...e claro, a voz dos amigos sempre prontos a aparecer!
Cada vez que vejo uma porta de rede a fechar-se, imagino-me lá dentro.
Consigo sentir o ar que passa por entre a rede e saber que ali é onde me sinto em casa.
Se um dia eu conseguir chegar a ter aquela porta por onde entrará o cheiro de alfazema e das folhas das árvores de fruto será o dia em que poderei dizer que consegui ...humm...ou talvez não, mas pelo menos estarei lá perto....bem pertinho de ter a vida que neste momento desejo, e que sei que será onde terei a paz que procuro...poderão faltar outros complementos à minha felicidade, mas pelo que sei hoje, o caminho está traçado...se não chegar ao fim chego pelo menos ao meio e de lá...bem...um passinho de cada vez...a solidão não me assusta, principalmente se estiver rodeada de aroma a alfazema, árvores de fruto, um bolo a arrefecer na janela e o som dos pássaros que brincam por perto...e claro, a voz dos amigos sempre prontos a aparecer!
terça-feira, maio 24, 2011
onde?
Para onde vai o sentimento que nos une?
Para onde vai a raiva, o amor, a saudade...?
Para onde foi o sentimento que nutriamos um pelo outro?
Para onde foi a raiva que sentia quando olhava para as tuas fotos?
Para onde foi o amor que senti?
Para onde foi a alegria, a tristeza, a solidão...?
Para onde nos deixámos levar para enganar os sentimentos...para onde se esgueira a dor, a amargura, o vazio que transportámos dentro de nós ou a leveza que nos impedia de ficar com os pés no chão?
Para onde vai tudo o que um dia fomos, o que um dia sentimos, o que um dia nos desesperámos por mostrar ao outro e fazê-lo sentir o que nós sentíamos?
Para onde vai tudo o que fomos, o que sonhámos, o que ambicionámos?
Para onde vamos nós...para onde vou eu...para onde foste tu...onde nos escondemos?
...
...cucu...estás ai?...estou ai?
Para onde vai a raiva, o amor, a saudade...?
Para onde foi o sentimento que nutriamos um pelo outro?
Para onde foi a raiva que sentia quando olhava para as tuas fotos?
Para onde foi o amor que senti?
Para onde foi a alegria, a tristeza, a solidão...?
Para onde nos deixámos levar para enganar os sentimentos...para onde se esgueira a dor, a amargura, o vazio que transportámos dentro de nós ou a leveza que nos impedia de ficar com os pés no chão?
Para onde vai tudo o que um dia fomos, o que um dia sentimos, o que um dia nos desesperámos por mostrar ao outro e fazê-lo sentir o que nós sentíamos?
Para onde vai tudo o que fomos, o que sonhámos, o que ambicionámos?
Para onde vamos nós...para onde vou eu...para onde foste tu...onde nos escondemos?
...
...cucu...estás ai?...estou ai?

segunda-feira, maio 23, 2011
Amigo
A distância ás vezes ajuda a clarificar a escuridão, a conseguir desenhar melhor os contornos do que achávamos que não tinha desenho possível...a ver com o coração o que os olhos já não conseguem ver...
Aos poucos o rosto que quem realmente está ao nosso lado vai-se formando, moldando, definindo, e quando damos por ela, não são tantos, ou talvez mais do que estávamos à espera mas com certeza serão os que merecem verdadeiramente ser chamados de Amigos!
Uns escrevem outros não, uns ligam outros não, uns mandam sinais outros não...mas inevitávelmente sabemos quem realmente lá está, distante, mas tão perto, tão atento, tão...cheio de tudo o que nos faz falta!
Aos poucos o rosto que quem realmente está ao nosso lado vai-se formando, moldando, definindo, e quando damos por ela, não são tantos, ou talvez mais do que estávamos à espera mas com certeza serão os que merecem verdadeiramente ser chamados de Amigos!
Uns escrevem outros não, uns ligam outros não, uns mandam sinais outros não...mas inevitávelmente sabemos quem realmente lá está, distante, mas tão perto, tão atento, tão...cheio de tudo o que nos faz falta!
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