sexta-feira, dezembro 11, 2009

O Conde ...continuação do texto anterior...

O aperto no peito voltou quando o vi dobrar a curva do estacionamento e desaparecer novamente no meu carro. Desta vez não regressou. O sorriso que tinha no rosto fechou-se e os meus pés aceleraram na direcção que seguiu, e mais uma vez...a culpa é tua tola, a pôr tudo nas mãos de um desconhecido...

O alívio que se seguiu ao ver o carro parado e de capot aberto com uma cabeça lá enfiada só pode ser comparável com a alegria de quem ganha o totoloto ou a lotaria! Afinal não fugiu!

Rodou o motor como um animal que encara a presa vezes sem conta até descobrir o problema e em pouco tempo não só o carro pegou, como me tinha sido dado uma aula de mecânica. Disse-me também o que eu já sabia, que o motor estava a "babar" e que teria de trocar uma borracha que nunca tinha visto na vida. Ofereceu-se para o fazer mais barato do que faria uma oficina

Finalmente apresentou-se...
" Vem ter comigo à feira da ladra, eu estou sempre por lá. O meu negócio são velharias, sou bom naquilo, sabes! Vai lá ter e leva a borracha que arranjo-te isso!"
"E como é que o encontro" - perguntei mantendo sempre o "voçê" pelo meio.
"Encontras-me fácilmente...Procura pelo Conde, o cigano Conde!"

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